Friday, December 19, 2008

Segmentos da Ilusão

Não vou me espelhar em palavras, conceitos nem reflexões. Não vou mais seguir uma linha de pensamento filosófico adequada as investigações do meu 'eu' pelo meu 'ser'. Ontologia é um estudo que me deixa down. Não usarei as tendências que Freud articulou sendo os prazeres reprimidos, não quero guardá los e nem libertá los. Fica aqui, dentro de mim?????

Não quero mais me ausentar de mim memso, em momentos incovenientes. Digo ausentar de um 'estar' por meramente estar- não estar condicionado pela verdade nem pela dor, nem pelo querer, um 'estar' por estar- indiferente, individual e simples, um estar por ser um 'estar'.

Não queria mais abrir meus olhos diante da realidade que me cerca, não que eu esteja buscando um modo de me refugiar, nem me ausentar de mim mesmo ( imagine ficar longe de você próprio ), queria mesmo me presenciar em momentos não presenciaveis, para que no fundo eu possa compreender que sou eu.......
Sou eu o maior responsável pelos erros, acertos que giram ao meu redor, e deveras, influencia tanto positiva quanto negativamente o meu ambiente externo.
Tudo que estou a pensar no momento, será uma mera encarnação de relapsos de pensamentos distorcidos, criados fundamentalmente pelo Sistema Límbico e em conjunto com o Endocrino, não sei, apenas que relevo na certeza que, não foi ilusão!!!!!!

' Se na luz de teu olhar encontro respostas ao te ver: prefiro fechar os meus olhos e continuar a sonhar com você'.

Friday, December 5, 2008

Da sela sem rédeas à cela


O âmbito da existência
Revela limites na ciência
A qual nada detém
Além de compilações lingüísticas

O cuidado torna-se caótico
Na falta sintônica interior-exterior
Nada se evidencia ao semblante óptico
Mas a ordem instintual põe-se inferior

De resto pesa às palavras
Simbolizar e dar sentido  
Ao que disto fora excluído 
Já na formação do significante
~

Saturday, November 22, 2008

Gênero do Engano

Deitado....

Um vento sopra na inércia da ingratidão (feito por mim), quase na solidão de um quarto vazio (onde há pessoas), penso ter ouvido passos, e quando levanto sinto que estou realmente deitado.
Ainda não enxergo o que deveria ser visto, talvez por ser míope ou simplesmente não aceitar e criar alegações que contradizem o meu querer, e voltando no egoísmo de sempre, sigo em frente sem dizer: adeus.

Caído aos pedaços, quase sem saber os motivos necessários que me fazem sofrer, e novamente procuro o ‘saber’ mesmo ciente de que todas as respostas se encontram no meu próprio coração.
Nada além de palavras que descrevem a dor de uma ausência que se intitula em você.
E em todos os casos reviso o passado e mais uma vez caminho em uma direção que se chama: AMOR.

Thursday, November 20, 2008




RASCUNHO


Nas pausas de certas letras
Sopram-se ventos sempre incertos
Cantos tidos como todo ausente
Despertar de um certo pensamento

Tramas de um particular presente
Fazem-se distantes de um ponto se tanto
Espalhado aos quatro ventos
De um domínio que se faz encanto

Mas presente sempre insiste
Num pranto qualquer distante
Sempre mudo despertar longíquo
Tramas de um qualquer destino

Jogado ademais sempre urdita espera
A qualquer domínio tem-se a exata aposta
De se perder em postas sem pontas
Sem tecer o retorno calmo eterno manto

Não tendo o que se diz certeza
Tudo fala quanto de poder esparso
No espaço dimensão cindida
Na cena que foge a procurar presença

Espera por uma temporada tida
De vida, pinturas famintas de tintas
Que pintam invernos fortuitos temores
De uma primavera ausência de finitas cores

Monday, November 17, 2008

Cálice




Retomei minha vida aninhada
Em ti vi o futuro da minh'alma
No fundo da externa armadura
Trilhando comigo as artes belas

Do alento senti teu secreto desejo
Teu corpo está brilhando ao céu
Não há como extinguir teu vigor
Tua alma está distante

De teus expressos gestos sem emoção
Como seria contagiosa a sintonia
Se teu corpo aceitasse teu íntimo
Se tu retirasses no seguro colo amigo

Esta capa que te faz se crer sombrio
Quero conhecer-te inteiro
Na imensidão do teu desconhecido de si
Quero levar-te a senha que precisas

Não se importe em chorar, eis o cálice
Do sentir por inteiro e o sangue explodindo
Nas veias por se ter e tomar o melhor dos manjares
O cálice do que há em nossos corações

~

Tuesday, October 28, 2008

Ex-sistir




por: Tania Montandon


Miséria humana do limite e impotência
Fadado à morte como um repugnante verme
Homem perecível, imprevisível
Submete-se à lei natural - paciência

Não obstante, reflete sobre si
Escolhe caminhos, altera o mundo
Compara-se a um deus, aprendiz
Protela seu fim, enfeita seu fundo

Paradoxo do postar-se na vida
Expressão de um mistério individual
A refletir-se no desenvolvimento carnal

Coragem e flexibilidade adquiridas
Para produzir fenômenos criativos
E aliviar os tormentos negativos



Monday, October 20, 2008

Mestres da Poesia 2


Mestres Da Poesia Pps 2a EdiçãO(Fmm Prod)

From: tmmbiti, 23 minutes ago





poesias


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Tuesday, October 14, 2008

Ventos da Inconsciência

Fui invadido por pensamentos de competência peculiar, e de modo demasiado me fez replicar, que nas constantes indagações que sofri até então, submeto a duvidar de meu coração.
Hoje não mais importa, nem que outrora se intensificava na minha ansiedade de querer respostas, e nas chamadas perdidas me revisto nas crises, que foi feito por você.
Ah! Não queria mais dizer a verdade, nem tampouco trair meus sentimentos, na subsistência da verdade de ser sincero perante o mesmo, crio ondas que me afundam nos lagos que antes adorava nadar.
Queria escrever palavras adequadas, sentir que na realidade não me perdi sendo consumado por prazeres relativamente momentâneos, e mesmo que fora, não importa, hoje....hoje não vale mais a pena sofrer, pensar e caminhar sem ao menos ter uma estrada para que se possa sentir aonde se quer pisar, no entanto, ontem, foi diferente, sentia a brisa no meu rosto, sentia o prazer de degustar o tempo sem ao menos que o badalar do relógio se flexionava em direção noutro ponteiro.
Queria sumir, queria gritar, queria dizer que sempre quis te amar, mas na realidade me vendo no espelho noturno, hoje está embaçado encoberto pelo abismo de um distante futuro.

Monday, October 6, 2008

O Silêncio do meu Grito!!!!

Lástima!
Lástima de uma verdade ainda conto em detalhes sobre os qualitativos organizados pela imaturidade de um coração.
Castigo em sofrimento indo de encontro ao tempo- ssbendo que todos os mortais estão sujeitos a serem 'presos', pelas 'grades' ocasionadas por nossas ações intermediárias.

Talvez as rejeições me tornaram alguém 'vazio', 'frio', em constantes dúvidas a respeito de amar, e...tentei usar mecanismos de escape, de forma que não caisse e que me rotulassem ao 'ridiculo de amar', mas viver é sofrer pelo prazer de ser feliz, e os prazeres mundanos devem ser degustados de tal zelo, forma, amplitude e dimensão, onde poderemos aguçar nossa visão optica e deveras, entender por fim o coração, contudo, ainda continuo de ressaca, a ressaca
,da não embriaguez e de uma lucidez ardente, ilusória, atraente, tocante, que penetra e se agita, às vezes se irrita, misturando-se nas linhas, curvas e paralelas, em ponto convencional, que na quebra de paradigma ( que s torna usual ) sento na mesae me sinto down, tentanto enxergar o que há em você, se é pura besteira viver por prazer.

Degusto os minutos, a saudade me vem ( a cada minuto ) estou sem ninguém, tento fugir, de novo do NADA dos meus sentimentos que me afogam na praia.
Percruto tua voz, suave que vem, vem minha donzela: quero-te fazer bem, não entendas o Límbico do meu coração, a ressaca é eterna e não bebi vinho não!!!
Talvez seja breve, essa longa jornada, de amar-te por noites e sofrer madrugadas, vem minha donzela: que te faço feliz, acreditas em meu zelo e apaixona-te assim, dei-me uma chance, de provar-te meu amor, como macenbo ambulante faremos amor.

Jonathan Yuri, vulgo: Jhonny Embetterment

Saturday, October 4, 2008

Flóculo de vida


Dói imagem, dói tormento

Medo sinto, desalento

Estrutura manhosa corroída

Sistema de indagações – possuída!

Divagações, perturbações

Explode o caos das emoções

Segura corpo o fio da trilha

Esquece o estrago d’afonia

Imaginária da saída

Da falta de meios

Pra exprimir os cheios

Poços lúgubres de vazio

Mundo inóspito sombrio

Soca pungente minh’alma febril

Chuta ardente o espírito

Escárnio puro, humor satírico

Nem aquiesce o desvario

Qu’inunda o ser em calafrios

Monday, August 18, 2008

Sons do dia

O som dos passarinhos vindo de todas as direções levanta a pálpebra de meus olhos apresentando-me o novo dia. Concentro-me no som, a vigília diz: - até mais! Durmo de novo. Nem de cá, nem de lá, dormindo ou acordada ou quem sabe sonhando, recebo o caim! au! au! risk! risk! au au au! na porta do quarto. Algum tempo se passou? Pouco, muito, só impressão? A porta espera e me recebe, tão logo me entrega aos meus cachorros. Onde encontraram tanta alegria?

Os barulhos poluídos dos carros furiosos batem e balançam o vidro da janela do quarto. O ar está ruim pra respirar. A porta me julga. Estou invadindo um mundo a que não pertenço. Barulho é barulho, música é amor, um derramamento do amor que transborda, pois não se tem vontade de cantar quando triste ou chorando. O canto é um lampejo de felicidade, alegria ou um sofrimento sublimado como a música "Flor de Liz" do Djavan. É a vida mostrando sua força de expressão. É mais que estar vivo, é estar vivo alegremente. Passarinho triste não canta!

A música parece representar a sobrevida, o estar vivo com prazer, o aproveitamento da vida. É preciso maturidade para se deixar cantar. Crianças cantam, porém não pensam muito. Quando crescem geralmente páram de cantar. Adultos reaprendem a perceber o mundo através da arte. Quem não presta atenção às sutilezas da vida, perde a melhor parte. A maior beleza não está no extraordinário, está no ordinário. Pegadinhas da vida! ...

Wednesday, July 30, 2008

Poesiando





Deixando escorrer a tinta
Formando laços por sobre o papel
Este instrumento que escreve
Letras concatenadas, espaçadas por vezes
Palavras, frases, versos em breve

Há quem diga d'arte belezas
Singela expressão, pingos de percepção
Esboço latente da pura natureza
Entoando formas em timbres diversos
Subtraindo dela o sentido...
                               ... um Universo

Friday, July 11, 2008

Por esta dor, imploro


Prendem, julgam, maldizem
Uma mulher à flor da idade
Privam-na da simples felicidade
De amar e ser amada de verdade

Remédio? Pra dor de amor?
O que mais poderão propor?
Tirar a dor, amançar
Este louco verbo que é amar?

Não, não roubem duma jovem
Por patéticos tabus e preconceitos
Seu direito de sofrer, de sentir
Masoquismo? Loucura? Abismo?

Seja o que for, veja a essência, chovem
Lágrimas por uma causa nobre e imune a conceitos
Não a castrem desse feliz sofrimento
Da descoberta de poder Amar e Viver


~

Sunday, July 6, 2008

hápenas internáutico



Por vezes, uma coincidência é apenas uma coincidência.

Por vezes, um charuto é apenas um charuto.

Por vezes, um tomate é apenas um tomate.

Por vezes, um blog é apenas um blog.

Por vezes, eu sou apenas eu.

xD~




Wednesday, May 7, 2008

O indivíduo no grupo


No primeiro contato do indivíduo com um grupo, ele fica excitado e inseguro, muito resistente a expressar seus sentimentos. Os outros membros são vistos como ameaçadores por serem desconhecidos.

Num segundo momento, o inidivíduo começa a criticar e expressar sentimentos negativos em relação ao grupo para "testar" a reação das pessoas, colocando-se como integrante do grupo de uma forma defensiva no início. Assim, ele observa as reações dos demais membros a seus comentários e à sua pessoa. Conscientiza-se de que o grupo está ali reunido porque tem algum interesse em comum e que não é útil a ninguém ficarem se agredindo.

A partir desse momento, surge algo positivo. As pessoas passam a fazer críticas positivas também. Portanto, a expressão de sentimentos negativos visa a conhecer melhor o grupo e perceber se é realmente possível ser autêntico ali, assim como mostrar ao grupo o quanto é importante para ele ser sincero, expressando tanto os aspectos positivos como os negativos.

O começo da mudança de atitude do indivíduo ocorre com a aceitação do eu, quando as defesas perdem a eficácia e ele então percebe que possui algumas características que lhe desagradam. Ele se vê obrigado a aceitar esse lado negativo e repara com melhor nitidez suas virtudes. Nesse processo, o auto-conhecimento desenvolve-se e, reconhecendo seus defeitos e qualidades, torna-se mais apto a aceitar os defeitos dos outros e reconhecer as qualidades também, possibilitando-lhe a oportunidade de se relacionar melhor.

A aceitação de si é essencial para que , já conhecendo suas fraquezas e pontos fortes, tome a decisão de mudar para se adaptar melhor. O indivíduo assume sua condição de ser humano, com características positivas e outras negativas, assume sua imperfeição; e a compreensão das expressões tanto positivas como negativas dos membros fica mais fácil e natural.

Decidindo mudar é que a pessoa cria maneiras de canalizar as críticas de um modo construtivo. Aceitando-se, ele fica mais aberto para corrigir seus defeitos que incomodam e passa a sentir liberdade para fazer críticas construtivas, sem a intensão de agredir ou se defender do grupo.

Quando os membros já estão mais à vontade uns com os outros e consigos mesmos, as transformações tornam-se visíveis. Um contato mais íntimo e direto do que o frequente na vida corrente constitui o encontro básico. A liberdade pra dar opiniões mais profundas surge como efeito subjetivo de crescimento interior, implicando mais integridade, autenticidade, segurança, confiança, respeito às diferenças inevitáveis. Começam a fazer críticas que não fariam num grupo qualquer.

Dessa forma, constrói-se a base para que as mudanças importantes e significativas ocorram. O encontro básico descrito acima é o fator determinante da possibilidade de mudanças e desenvolvimento pessoal e inter-pessoal.


por: Tania Montandon
~

Tuesday, March 25, 2008

enjoy


ImageChef.com Poetry Blender

um ponto de interrogação no universo das reticências

Poderias dizer que sou marginal, mas não no sentido popular de conotação anti-social; e sim no sentido di-social, à revelia do social normótico imperativamente proposto, esse social no qual não enxergo mais coerência do nome com o que supõe-se denotar. Vejo seu uso como um eufemismo para o significado real a que tende se submeter: social= massa do excesso de individual no plural.

Apenas desejaria chegar à 'terceira margem da vida'.

Monday, March 10, 2008

Intimus


Se for feia ou bonita
Não há motivo pra se incomodar
Pois ante o mistério da vida
Todos hão de se espantar

Alegre ou triste
Zoeira ou papo sério
Pra quem assiste
Vale é o critério

Saber e ignorar
Sofrer e chorar
São inatos e inerentes
A mim e a tu que sentes

(Tania Montandon)

Wednesday, February 6, 2008

Interrogações



A natureza selvagem das pedras, dos mares, das florestas
Provoca cumes de êxtase nas almas sensíveis
O que, afinal, originou tais belezas
Se não foi o homem, sua mente ou fortaleza?

D’onde surge a límpida água da cachoeira
Que desaba com força e beleza
Dos mais altos montes e desfiladeiros?

Como pode existir o arco-íris?
Será apenas efeito de óptica?
E que perfeito efeito!

O que há por trás dessa natureza?
Será Deus, amor ou poeira?
Será pura arte do acaso, mágica ou inteligência?



Refletindo sobre o absurdo

(...)Se é verdade, tal como Nietzsche o quer, que um filósofo, para ser estimável, deve dar o exemplo, avalia-se a importância desta resposta, visto que ela vai preceder o gesto definitivo.
São evidências sensíveis ao coração, mas é preciso aprofundá-las para as tornar claras ao espírito। Se pergunto a mim próprio como decidir se determinada interrogação é mais premente do que outra qualquer, concluo que a resposta depende das ações a que elas incitam ou obrigam. Nunca vi ninguém morrer pelo argumento ontológico.

Galileu, que possuía uma verdade científica importante, dela abjurou com a maior das facilidades deste mundo, logo que tal verdade pôs a sua vida em perigo। Fez bem, em certo sentido। Essa verdade não valia a fogueira. Qual deles, a Terra ou o Sol gira em redor do outro, é-nos profundamente indiferente. A bem dizer, é um assunto fútil. Em contrapartida, vejo que muitas pessoas morrem por considerarem que a vida merece ser vivida. Outros vejo que se fazem paradoxalmente matar pela idéias ou pelas ilusões que lhes dão uma razão de viver (o que se chama uma razão de viver só ao mesmo tempo uma excelente razão de morrer).
Julgo pois que o sentido da vida é o mais premente dos assuntos —das interrogações। Como responder-lhes?
(...)

Importa-nos a relação entre o pensamento individual e o suicídio. Um gesto como este prepara-se, tal como acontece com uma grande obra, no silêncio do coração. O próprio homem o ignora. Uma bela noite, dá um tiro ou atira-se à água. De um gerente de prédios de rendimentos que se matara, diziam-se certo dia que ele perdera a filha havia cinco anos, que mudara muito, desde então e que essa história "o havia consumido". Não se pode desejar palavra mais exata. (...)As pessoas raramente se suicidam (a hipótese, no entanto, não se exclui) por reflexão। Aquilo que provoca a crise é quase sempre incontrolável. Os jornais falam muitas vezes de "desgostos íntimos" ou de "doença incurável". São explicações válidas. Mas era preciso saber se nesse próprio dia um amigo do desesperado não lhe falou num tom indiferente. Porque isso pode bastar para precipitar todos os rancores e todos os cansaços ainda em suspenso. Mas é difícil de fixar o momento preciso, o movimento sutil do espírito em que este se determinou pela morte, é mais fácil de tirar do próprio gesto as consequências que ele implica. Matar-se, em certo sentido (e tal como no melodrama), é confessar. É confessar que se é ultrapassado pela vida e que a não compreendemos.
(...)

Viver, naturalmente, nunca é fácil। Continuamos a fazer os gestos que a existência ordena, por muitas razões, a primeira das quais é o hábito. Morrer voluntariamente implica reconhecermos, mesmo instintivamente, o caráter irrisório desse hábito, o caráter insensato dessa agitação cotidiana e a inutilidade do sofrimento. Qual é então esse incalculável sentimento que priva o espírito do sono necessário à sua vida?

Um mundo que se pode explicar, mesmo com más razões, é um mundo familiar, mas, pelo contrário, num universo subitamente privado de ilusões e de luzes, o homem sente-se um estrangeiro। Tal exílio é sem recursos, visto que privado das recordações de uma pátria perdida ou da esperança de uma terra prometida. Esse divórcio entre o homem e a sua vida, entre o ator e o cenário. É que é verdadeiramente o sentido do absurdo. Como todos os homens sãos já pensaram no seu próprio suicídio, pode reconhecer-se, sem mais explicações, que há um elo direto entre tal sentimento e a aspiração ao nada.

(...)A priori, e invertendo os termos do problema, da mesma maneira que a gente se mata ou não se mata, parece haver unicamente duas soluções filosóficas: a do sim e a do não. Seria belo demais. Há que contar, porém, como aqueles que, sem tirarem conclusões, interrogam sempre. Aqui, mal ironizo: trata-se da maioria. Vejo igualmente que os que respondem não agem como se pensassem sim. De fato, se aceito o critério nitzscheano, eles pensam sim de uma maneira ou de outra. Pelo contrário, acontece muitas vezes que precisamente os que se suicidam eram os que estavam certos de haver encontrado um sentido da vida. (...)"

In: "Ensaio sobre o Absurdo", A.Camus

Sunday, January 20, 2008

Brinquedo Adultil


Se eu fosse poeta
Viajaria na fantasia
Se eu fosse asceta
Viveria de poesia

Se poeta eu fosse
Guerra não existiria
Se eu tivesse posse
A miséria acabaria

Mas se eu fosse arquiteta
Projetaria uma pradaria
Uma humanidade reta e
A Natureza reinaria

by: Tania Montandon

Sátira

Viagem do esquecimento de cores mais escuras
Do pensamento, do acabamento
Dos ares obscuros de afundamento do ser,
Do ter, do perceber, do perecer...
Eis a fossa, modesto lar dos desafortunados
Enfiados na joça do seguir...
À procura das palavras, sutis, ensaios, de parca representação
Funesta deixa da contradição,
Exuberante ambigüidade da mísera comunicação
Hipócrita igualdade...
...sociedade

by: Tania Montandon

Wednesday, January 16, 2008

Precariedades


Se a sociedade valoriza
A certeza ou a dúvida
Quais favores realiza
Com a cultura escolhida?


Se a indagação é tão grande
Com a moda dita do flexível
Por que pressiona tão forte e indeferível
A sua cega obediência e breve resolução?


A palavra mostra-se tão carente
De perfeição, precisão, precaução
Assim como o humano impotente
De controlar na linguagem, a adesão


Já a entonação é extra-sensória
Vai além do pobre vernáculo
Tanto influencia, bela e ilusória
Ruim é quando se põe como obstáculo





Estética



Respirando a bagunça humana no mundo
E colhendo a miséria do saber de seu fruto
Ainda pergunto, ingênua e confusa:
- Qual o caminho da felicidade pura?

Assim como uso roupas ,sapatos,cosméticos e artefatos
Para proteger meu corpo do que é sujo
Para evitar desconforto é que fujo
Mas muito me intriga um impasse difuso:
- Para embelezar a alma e evitar sofrimento, o que uso?