Wednesday, May 7, 2008

O indivíduo no grupo


No primeiro contato do indivíduo com um grupo, ele fica excitado e inseguro, muito resistente a expressar seus sentimentos. Os outros membros são vistos como ameaçadores por serem desconhecidos.

Num segundo momento, o inidivíduo começa a criticar e expressar sentimentos negativos em relação ao grupo para "testar" a reação das pessoas, colocando-se como integrante do grupo de uma forma defensiva no início. Assim, ele observa as reações dos demais membros a seus comentários e à sua pessoa. Conscientiza-se de que o grupo está ali reunido porque tem algum interesse em comum e que não é útil a ninguém ficarem se agredindo.

A partir desse momento, surge algo positivo. As pessoas passam a fazer críticas positivas também. Portanto, a expressão de sentimentos negativos visa a conhecer melhor o grupo e perceber se é realmente possível ser autêntico ali, assim como mostrar ao grupo o quanto é importante para ele ser sincero, expressando tanto os aspectos positivos como os negativos.

O começo da mudança de atitude do indivíduo ocorre com a aceitação do eu, quando as defesas perdem a eficácia e ele então percebe que possui algumas características que lhe desagradam. Ele se vê obrigado a aceitar esse lado negativo e repara com melhor nitidez suas virtudes. Nesse processo, o auto-conhecimento desenvolve-se e, reconhecendo seus defeitos e qualidades, torna-se mais apto a aceitar os defeitos dos outros e reconhecer as qualidades também, possibilitando-lhe a oportunidade de se relacionar melhor.

A aceitação de si é essencial para que , já conhecendo suas fraquezas e pontos fortes, tome a decisão de mudar para se adaptar melhor. O indivíduo assume sua condição de ser humano, com características positivas e outras negativas, assume sua imperfeição; e a compreensão das expressões tanto positivas como negativas dos membros fica mais fácil e natural.

Decidindo mudar é que a pessoa cria maneiras de canalizar as críticas de um modo construtivo. Aceitando-se, ele fica mais aberto para corrigir seus defeitos que incomodam e passa a sentir liberdade para fazer críticas construtivas, sem a intensão de agredir ou se defender do grupo.

Quando os membros já estão mais à vontade uns com os outros e consigos mesmos, as transformações tornam-se visíveis. Um contato mais íntimo e direto do que o frequente na vida corrente constitui o encontro básico. A liberdade pra dar opiniões mais profundas surge como efeito subjetivo de crescimento interior, implicando mais integridade, autenticidade, segurança, confiança, respeito às diferenças inevitáveis. Começam a fazer críticas que não fariam num grupo qualquer.

Dessa forma, constrói-se a base para que as mudanças importantes e significativas ocorram. O encontro básico descrito acima é o fator determinante da possibilidade de mudanças e desenvolvimento pessoal e inter-pessoal.


por: Tania Montandon
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