Friday, November 26, 2010

Soneto à la Drummond

Friday, July 9, 2010

13/06/10 Hell of HEAL, first day



Muito frio, muita gente
Arrepio neste ambiente deprimente
Uma, ao menos, surpresa agradável
Na cama havia três versos ao lado

Enfermaria, economia, convênio
Seis camas e moças simpáticas
Os versos alentaram minha prática
Para sobreviver esse inferno e sem arsênico

Tocou meu coração;
'A estrela cadente
Me caiu ainda quente
Na palma da mão'

Tantos estímulos a se entregar
Ao ócio, excesso de remédios, retrocesso
Mais luta e energia exigem neste tranco
Pra driblar tamanho desgaste do processo

Assistir a pessoas tristes a lamentar
Ansiosas por sua história contar
Cada qual com seu drama singular
O que fazem? É fumar, fumar, fumar…

Há algo pior que esse contexto?
Reinando a neurastenia e o deteriorar
Ao exterior, nem existem e sentem dor
De verem o desperdício de suas vidas, sob cabresto

Thursday, May 20, 2010

Além da imaginação

Enquanto o papel sorria e a pena deslizava entre os dedos
Sacudi a poeira das lembranças mais recôndidas
Encontrei arrepios, sensações extravagantes e suaves
Juntei os pedaços espalhados, sem-sentido
Inventei outro planeta, loucamente impossível

Parada frente aos redemoinhos de ventos frios e cinzas
Cantei com os passarinhos, voei pela imensidão do céu
Peguei um giz de cera e logo colori minhas asas
Adornei com brilhantina e festejei dando gargalhadas

O dia durava meses de muita correria e aprendizagens
Então surgia a noite, que ficava cerca de algumas semanas
Sempre chovia quando a tristeza aparecia
Mas o alegre arco-íris renovava a alma e o ar
E tudo o mais era magia, fantasias reais a encantar

Monday, March 8, 2010

Ilhas


ilusão da infância, pensava falar
mas no espelho aprendia era calar
cultura do feio expor as emoções
mutilou meia vida, duros arpões

a nota da prova da vida foi
decepção, vergonha da identidade
dilacera a liberdade, corrói
compota de venenos por vaidade

onde estou? onde fui? abismo vil
lá onde carece a paz e o viver
com alegria, vôos altos e esparecer

não, é baixo, treva cega se viu
fantasia azul de lagos em luz
inexiste, sonho que a águia conduz