Importunando a si próprio por longos anos
Alimentando toda a carência subjacente
Talvez obrando um desvio raquidiano
Apenas mais um mortal como eu e tu
...
cada palavra, emoção, pensamento, escolha... tudo está nas tuas mãos
Importunando a si próprio por longos anos
Alimentando toda a carência subjacente
Talvez obrando um desvio raquidiano
Apenas mais um mortal como eu e tu
...
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 7:05 AM 2 commentaries
Lágrima interna polui a circulação sanguínea, entope os poros, corrói a carne. Expressa a angústia de nem se conseguir libertar pelos olhos, perdida num meio ardido, putrefato vivo. Atinge os neurônios, contamina o humor, acarreta comportamento sofredor. E no auge do entorpecimento, ajunta-se com pedaços de alimentos ruminados e explode num forte fluxo seguindo a trilha da garganta e expulsando ar, dor, líquor pela podre boca desmielinizada.
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 1:05 PM 1 commentaries
Fantasia borbulhante, nível infanto – ainda não diz. Quisera quimera realizasse, que mera veleidade – ingenuidade. Tocaste o cerne do arrepio, do sensível inaudito, indizível. Mobiliza forças do Mistério, sente-se levado por algo etéreo, caminha cego ao obscuro, imperceptível empuxo...
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 12:54 PM 3 commentaries
Náusea mundana dizendo o desprezo explosivo sentido, vivido, cuspido em terra do “esperto”, corrupto encoberto. Lixo vomitado com odor de fome, miséria, carência social, fundamental.
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 12:53 PM 0 commentaries
Tocar é bom se é querido, ou vira tortura. Unir duas produções químicas divinas misturando as energias e produzindo algo novo, seja sensação, prazer, sentimento, visão, filho... Sem relação de toque fica muito autista e inumano, perde fala e significações variadas. Tocar o ar, o tempo, o espaço no que tem de imaginário, veleidade singela, contemplação... Tocar o ponto do limite, da dor, do desamparo é dispensável, dá muito medo.
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 12:52 PM 1 commentaries
Sm.1. andadura natural das cavalgadas, entre o passo ordinário e o galope, e que se caracteriza pelas batidas regularmente espaçadas das patas.
Balança e dói, dentes batem, o traseiro tá duro e não pára de bater, cansa o bobo do trotar, e não o bichano, se o fosse mas é ginete do melhor. Cavalgando ao ar livre por sinal nem é tão livre nem tão sinal nem importa que sob as rédeas ainda cavalga e respira sente vento e seu talento.
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 12:48 PM 0 commentaries
E o carro entrava na via do Apocalipse quando, de chofre, surgiu o Deus Espírito, aspirou poluição, selvageria, enganação; bocejou seu cansaço adjacente e expirou bondade ad infinitum, justiça e indignação. Tocaram arpas e cítaras os belovistosos arcanjos, acompanhados de seus pupilosanjos, obedientes pretendentes.
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 12:46 PM 0 commentaries
O mal dispersa rapidamente
Atingindo todos os órgãos internos
Até chegar, ardendo, aos membros
E superfícies do templo carnal.
Aperta, queima, arde, arrasta o ar e o sangue
Não há o que o estanque
É o exato inferno em sensações
O sentimento? Não sei do que se trata
Ou como se trata, ou se retrata.
Sei que dói na pulsação,
Em cada inspiração, em cada expiração.
Dói no ver, no ouvir, no tocar...
Se falar, desfaleço – eis o limite.
Com esforço, escrevo,
Tentando aliviar, ou relatar, talvez comunicar
O indecifrável, inefável,
Inarrável...
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 2:07 PM 0 commentaries
Luxo, chiqueza, máscaras extras
Papos triviais, engodos banais
Perda de naturalidade, espontaneidade
Aprendizagem das artificialidades
Sorrisos grosseiros, manchados
Saltos doídos, inchaços
Maquiagem aberrante, modelante
Padrões repetidos, obrigados
...
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 5:50 PM 0 commentaries
Numa tarde de inverno daquele ano
Espiei pela fresta da velha porta
Deparei-me com um dilema humano:
- Que farei pelo mundo afora?
Um grande cisco de areia entrou
Perturbador, tolheu-me a visão
O mundo então mudou:
- Que farei com a imprevisão?
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 6:10 AM 0 commentaries
Névoa esbranquiçada do descanso passageiro
Cheirando a alma levada pelo vento corriqueiro
Povoa o deserto escurecido dos ardentes olhos
Provocando balbúrdia dos sentidos e internos órgãos
No vagar de frases imagísticas de cunho onírico
Pelo universo ilógico do sonho satírico
Dançam as emoções indiscretas do desatino
Pelo percurso poético de humor mais fino
Escalada silenciosa dos arrepios vivos
Ligeira história que constituiu o ser cativo
Abrindo brechas no grave lençol do momento presente
Irrompendo queixumes do flanco que sente
Mendigando sorrisos das almas que passam
Com a deprecação concisa nos moles lábios
Sustenta um organismo com pão de esperança
Medíocre temor do mais além da andança
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 7:59 AM 1 commentaries
E o instinto não abandonou o personagem, naquele tom conquistador, suportado por todo o brilhantismo que mascara o caráter devastador.
Cores, formas, transformações... Infinitas nuances, quantas visões diversas de mundo, combinações das ênfases... Quantas são as ligações dos genes; e os ângulos emergentes...
Sonho, devaneio, ilusão? Este quantum de carne, ossos, pêlos, sensações, que de modo involuntário, interagem com emoções?
Se a grande margem do oceano, em seu pequeno movimento de todo ano, arrastasse-me ao grande fado, que sentido faz pastar neste pequeno prado?
Desventura insólita acomete sem predição, suprimindo qualquer pretensa esperança de ajuda. Todos os pontos de apoio dissolvem-se como gelatina na água, nem uma fina ponta a se agarrar no desespero por respirar.
Ainda diz-se justa tal vida terrena, atos e reações. Só se for fora do alcance da vista, do olfato, do tato.
Só vê-se sangue, miséria, fome, desemprego, drogas e droga de dor. Se o colchão pudesse ser confortável o suficiente para que nada o atingisse...
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 3:22 PM 0 commentaries
Não sei chorar ou sorrir
Não sei acordar, nem ao menos sentir
Roubaram minhas raízes de intimidade
Levaram minha dor e, com ela, min’espontaneidade
Só deixaram este perene torpor
E um coração que não vale a idade
Queria poder dizer o que sinto
Porém não consigo, nem sei como nasceu
Não sei como veio
Mas dói e nem entendo o porquê
Percebo-me comprometido
Naquilo que dizem ser o ‘eu’
Minha alma é uma verdade mentida
Pensa ser aquilo que nunca apareceu
Meu intuito não era o desapontamento
Mas não posso fingir que sei de sentimento
Publié par αятηєѕѕ ●•∙ à l'adresse 3:02 PM 0 commentaries