Sunday, August 30, 2009

Análise Institucional - estudo I


O Institucionalismo não é uma ciência, uma disciplina ou uma tecnologia, pois é um processo permanentemente em construção, autocrítica e reformulação versáteis dependentes do devir e não um saber instituído, cristalizado, estático como uma teoria científica, por exemplo.

Ao decorrer da história, o saber e o saber-fazer produzidos pelos povos primitivos e leigos foram desqualificados, mistificados pelo poder das elites, gradualmente até chegar ao excesso atual, persuadindo a comunidade de que só o saber científico, acadêmico, que dá status funciona e de que se precisa depender deles para tudo a fim de manter o coletivo alienado e mais facilmente manipulável.

A divisão social e técnica do trabalho e do saber consiste em separar e colocar escalas de valores entre tarefas corporais e intelectuais, tarefas do campo e da cidade, tarefas masculinas e femininas, etc. e consequente subordinação de uns a outros e frequentes abusos conforme a valoraçãodominante estipulada, detentora dos recursos, o que gera constantes conflitos e fez surgir a necessidade e utilidade do movimento instituinte. Este aparece através das atividades críticas, inventivas e transformadoras, parte do devir das potências e materialidades sociais para a otimização das organizações.

Os propósitos da Análise Institucional apóiam-se fundamentalmente nos processos de autogestão e auto-análise, o fazer consciente dentro do possível a cada ato do cotidiano e a busca constante dessa consciência com o objetivo de se ser produtivo e "vacinado" contra os abusos de poder, alienação, manipulação.

Embora aparentemente simples, o grau de sua complexidade é proporcional à sua flexibilidade e expectativa de possibilidades e limitações imprevisíveis inéditas, ousando arriscar na aposta da invenção de soluções a qualquer tempo e lugar. Não há relação alguma com anarquia de técnicas, mais ao contrário, demanda um senso de curiosidade e estudo amplo e constante do máximo de técnicas e teorias possíveis para que haja uma preparação satisfatória pra tal arriscado campo prático.


(continua...)
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5 comments:

Anonymous said...

Querida amiga avassaladora...Parece que voce é fã de Deulleze e Quattari... não vi o traço Foucaultiano.
Mas digo a voce que sempre haverá meio de fuga.
E o que mantem as sociedades é exatamente o fluxo constante entre o instituido e o instituinte que trocam de lugar ao longo da historia... quebras de paradigmas e fundação de novos atravessamentos fluem... sempre fluirão.
Gostei da proposta geral.
Qual foi sua referencia bibliografica

Rodox said...

Vou de acordo com as garotas avassaladoras Rio!

Everaldo Ygor said...

As instituições criam certezas e, desde que sejam aceitas, eis o coração apaziguado, a imaginação acorrentada.
Illich

Anonymous said...

A ciência tbm é um processo.

Giovanna Pientrelli said...

Assino embaixo das avassaladoras em número, gênero e grau.